Hannibal - A Origem do Mal (2007)

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a crítica

O sucesso comercial de «O Silêncio dos Inocentes» com Jodie Foster e Anthony Hopkins tornou-o num dos mais bem sucedidos filmes de todos os tempos, e para além dos Óscares conseguidos, a imortal personagem Hannibal Lecter ficou para os anais da história do cinema contemporâneo como uma das mais temíveis criações da sétima arte. As inevitáveis sequelas «O Dragão Vermelho» e «Hannibal» fizeram sem grande mossa parte do catálogo de recuperações da indústria de Hollywood, fazendo crer que a personagem havia esgotado todas as possibilidades de reaparecer. Puro engano. «Hannibal Rising» aparece sem pré-aviso e com a promessa de revelar as origens do canibal mais adorável que alguma vez existiu. Que espectativas? Poucas, tendo em conta que o cast é composto por actores desconhecidos, é passado grande parte entre França e Lituânia (numa tentativa fracassada de descentralizar a acção dos EUA) e principalmente porque as nulas apostas comerciais fazem temer o pior. O filme começa por nos levar para leste numa altura em que os nazis alcançam a fronteira russa e nos é dada uma versão de Lecter ainda rapaz. Lentamente, o filme começa por nos revelar o monstro dentro de Lecter com uma surpreendente costela asiática...o filme leva-nos para França onde Lecter irá combater os seus demónios interiores e será eventualmente consumido por eles. O ritmo lento, lúgubre e dramático do filme tenta recriar uma imagem de tragédia humana à volta de uma personagem que originalmente já nos sugeriu ter escolhido voluntariamente o seu destino, numa abordagem que desde logo liquida o próprio filme. Igualmente a sucessão de traumas, premonições e coincidências acabam literalmente com um filme que nunca nos surpreende ou cativa. «Hannibal Rising», é em toda a linha um filme dispensável e supérfluo.”
Paulo Figueiredo, Cinema PTGate