Babel (2006)

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a crítica

A Torre de Babel foi construída na antiguidade com o objectivo dos fiéis alcançarem Deus no céu. Ao chegarem a uma altura considerável Deus resolveu destruir a Torre, e quando os homens caíram por terra, já todos falavam línguas diferentes, para desta forma serem impossibilitados a comunicar uns com os outros.
Neste terceiro filme da trilogia de Alejandro González Iñárritu, iniciada em «Amor Cão» e continuada em «21 Gramas», este demonstra-nos o problema da comunicação entre as culturas, conectadas por pequenos detalhes que se podem tornar em elos de ligação com consequências impensáveis à partida. Uma simples oferta de amizade torna-se na catarse de uma série de eventos interligados, que perfazem um todo: a nossa civilização. Este é o conceito do Efeito Borboleta, cuja teoria diz que uma borboleta ao bater as asas pode provocar um furacão do outro lado do planeta, provado matemática e cientificamente.
Mas não só de causas e consequências se faz «Babel». Também da família ausente, dos preconceitos e fobias culturais, da solidão dos grandes espaço urbanos. Não basta falar uma língua perceptível, é preciso obedecer a determinados conceitos éticos e também burocráticos. Todas estas diferenças fazem-nos pensar que estamos todos interligados pelas acções que cometemos mas assustadoramente distantes ao nível comunicacional.
«Babel» é um filme que faz em certa medida lembrar o «Colisão» de Paul Haggis, pela sua construção narrativa. Contudo, este aspecto nunca se torna em algo negativo, antes pelo contrário. Diria antes, que são respectivamente (ambos argumento e filme), necessários e incontornáveis.”
Paulo Figueiredo, Cinema PTGate
(...) um dos filmes maiores do Festival de Cannes de 2006 (...) BABEL é um filme engenhoso”
Jorge Leitão Ramos, Expresso