(2007)

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a crítica

Pela quinta vez, os mortos regressam à vida pela mão do mestre Romero, depois do bem sucedido «Terra dos Mortos» de 2005. E se por esta altura já todos esperam um ensaio do realizador sobre a sociedade contemporânea, «Diário dos Mortos» não foge à regra, construindo uma visão particular acerca das plataformas da Internet e das tecnologias em geral, que segundo Romero permitem que qualquer individuo seja um potencial jornalista. A receita é igual a filmes como «Blair Witch Project» e «Cloverfield», em que as imagens são captadas em primeira-mão, por câmaras que o grupo de estudantes de cinema transporta. Estes resolvem através do upload do filme na Internet, mostrar a todo o mundo on-line o que se vai passando na sua viagem desde as instalações escolares até às respectivas casas de cada um. Se perante um cenário tão negro como o que nos é apresentado, decidir gravar imagens já parece algo estranho, a verdade é que grande parte do filme é assim, inverosímil. Romero parece querer justificar a feitura da película com os argumentos já aqui apresentados, mas perde-se nessas intelectualizações, porque de terror, «Diário dos Mortos» tem muito pouco. É a opção de Romero e sua ideia central em apresentar todo o filme na perspectiva das câmaras dos protagonistas que estrangula a acção, privando o espectador de absorver o cenário geral. Perde-se em ambiente e perde o filme, que nunca chega a convencer, apesar dos esforços de cobertura mediática que explora.
Aquém das expectativas, mas ainda assim um objecto de culto para os fãs incondicionais.”
Paulo Figueiredo, Cinema PTGate
O resultado é um Romero muito mais «mainstream» (e quase inofensivo) cuja promoção a um escalão de produção mais "competitivo" acaba por redundar numa despromoção autoral.”
Nuno Carvalho, Notícias Sábado