O Acontecimento (2008)

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a crítica

O novo filme de M. Night Shyamalan regista um dos maiores acontecimentos da sétima arte em 2008, ao fazer regressar um dos mais interessantes e debatidos cineastas da nova geração. As razões do aparato que se gera em redor de Shyamalan estão bem expressas nos seus filmes: por um lado os consensuais («O Sexto Sentido» e «Sinais»), por outro os incompreendidos («A Vila» e «O Protegido») e ainda noutra esfera, «A Senhora da Água», filme que gerou tudo menos consenso, quer na crítica quer junto do público. A julgar igualmente pela fraca publicidade em semana de estreia de um blockbuster como «O Incrível Hulk», parece não existir grande fé em «O Acontecimento». Seria de esperar uma forte aposta comercial para inverter esta tendência, ainda mais se tivermos em conta que o anterior filme de Shyamalan foi o fiasco de bilheteiras.
O filme propriamente dito relata um estranho fenómeno que retira às pessoas a capacidade de auto preservação, resultando em suicídios em massa. Se inicialmente as suspeitas recaem sobre o terrorismo, cedo todos se apercebem que o "inimigo" tem afinal origens bem diferentes.
«O Acontecimento» parece amiúde uma fusão entre o cinema de suspense hitchcockiano e os filmes catástrofe tão em voga nos últimos dez anos. Existem aliás várias semelhanças com por exemplo, «The Day After Tomorrow» de Roland Emmerich. Os primeiros vinte minutos são de uma qualidade acima da média, com Shyamalan a demonstrar os seus dotes. A chuva de operários no prédio em construção é de uma visão tão perturbante como promissora. Mas com o desenrolar da acção, as deficiências são postas a nu, primeiro pelo péssimo desempenho de Mark Wahlberg e depois pelos diálogos que são do pior que pode ser visto em cinema. No final ficamos com um filme em que se salva a história, de resto muitíssimo mal aproveitada.”
Paulo Figueiredo, Cinema PTGate
M. Night Shyamalan continua a ser o mestre do imprevisível, realizando um filme intenso e perturbador (...) Um trabalho sem concessões”
Jorge Pinto, Premiere