A Cidade das Sombras (2008)
a crítica
A braços com a extinção da humanidade, um grupo de colonos refugia-se numa cidade subterrânea, levando consigo uma caixa que contém a chave para um regresso à superfície programada para abrir dali a 200 anos.
«Cidade das Sombras» impressiona desde logo pela premissa fantástica e pelo casting que reúne grandes actores como Bill Murray e Tim Robbins. Os problemas do filme começam precisamente na incapacidade de exploração das enormes potencialidades que a premissa demonstra. Desde logo no desperdício da paisagem arquitectónica, que relembra os cenários Caligaristas de Robert Wiene, na fraca exploração das questões políticas inerentes à sociedade mecânica que se instaurou em Ember, assim como os retratos de passividade e corrupção que levam a cidade à ruína, aspectos que são realçados de forma demasiado leve, para se tornarem em ideias reguladoras do filme.
Paulatinamente o filme vai revelando a sua verdadeira identidade, apostando numa aventura de cariz juvenil à medida de um «Lemony Snicket – Uma Série de Desgraças», e caminha para um fim em que os sub-nós que fazem avançar a história vão consecutivamente ficando mais surreais e idiotas. Uma vez fora da sala, não consegui deixar de imaginar «e se este filme tivesse sido realizado por Alex Proyas ou por Tim Burton?»”
Paulo Figueiredo,
Cinema PTGate