O Wrestler (2008)

Mas o que transparece grande noção de realismo e humanismo à trama é sobretudo a câmara de Darren Aronofsky, com planos simples, frios e crus, ao jeito documental, convertendo a história comum num filme relativamente indie. Quanto às interpretações, tanto Mickey Rourke como Marisa Tomei inspiram um regresso inadvertido à glória.”

Um filme montado propositadamente para o drama e para a representação de Rourke, de resto é tudo previsível, tudo já foi visto.”

Um filme tão inspirador como este merece uma salva de palmas, porquê não é todos os dias que vemos um actor "desfalecido" a subir ao pódio, naquele que é o seu grande momento de glória, no final nada melhor que Bruce Springsteen a fechar com a sua canção que ecoa na sala de cinema como vozes divinas”

Começando pelo inevitável: sim, é verdade que a performance de Mickey Rourke em “The Wrestler” é arrasadora em todos os sentidos.”

Aqui fala-se de um dos sentimentos mais transversais e inevitáveis no Homem, qualquer que seja o seu estado de alma ou a sua profissão: a esperança de dias melhores. E até onde somos capazes de chegar em busca da felicidade, mesmo que esse caminho traga consigo a solidão.”

Este The Wrestler é para mim um dos melhores filmes do ano de 2008 a par de Gomorra e The Hunger, sendo assim necessário expressar aqui o meu desagrado à sua ausência na categoria de Melhor Filme e Melhor Realizador nos prémios da Academia de Hollywood.”

É um filme independente, muito pessoal, com um orçamento 10 vezes mais pequeno que outros similares, mas que ainda assim consegue ser dos melhores dos últimos anos.”

Mas, como é óbvio, o grande triunfo de The Wrestler é o excelente e nunca visto desempenho de Rourke.”

A temática que mais sobressai no vasto rol de emoções que é "The Wrestler" é, sem qualquer margem para dúvidas, a solidão. (...) Em suma, temos uma obra equilibrada que não transcende a excelência ao nível da qualidade cinéfila mas que se tornará, muito provavelmente, numa referência em um futuro distante.”

Há momentos memoráveis no filme (...) Mas o que faz o filme grandioso é o humano que Rourke tão bem encarna.”