O Milagre em Sant'Anna (2008)
a crítica
Uma das mais admiráveis virtudes de Spike Lee sempre foi, a meu ver, a enorme capacidade do realizador em pegar em histórias aparentemente simples, e tratá-las como assombrosos tratados sociais com uma profunda dimensão humana. Bastará ver «She Hate Me», um dos menos famosos filmes do cineasta norte-americano, ou o já clássico «25th Hour», para se perceber isso. Em «O Milagre de Sant'Anna», Lee desenvolve uma história no mínimo confusa, que demora a arrancar e que a meio se torna tão previsível que as 2 horas e meia de filme se convertem rapidamente num penoso exercício de déjà vu. Pelo meio, Lee não se esquece das já habituais dissertações sobre o racismo limitando-se, aqui e ali, a relatar vivências dos personagens sem que estas tenham relevância na acção. Numa produção que reúne americanos, alemães e italianos, «O Milagre de Sant'Anna» é claramente o menos entusiasmante produto da filmografia de Spike Lee.”
Paulo Figueiredo,
Cinema PTGate
(...) a fita deixa de ser programática para se afirmar como singularmente complexa nas matizes dos sentimentos que convoca”
Jorge Leitão Ramos,
Expresso