Exterminador Implacável: A Salvação (2009)
a crítica
Voltando por momentos ao passado, interessa relembrar o enorme sucesso alcançado pela saga «Exterminador Implacável», principalmente as duas fitas realizadas por James Cameron. Se o primeiro é um autêntico objecto de culto de acção non-stop, já o segundo episódio elevou a fasquia a um patamar altíssimo, integrando todos os essenciais ingredientes de um blockbuster, traduzindo esse potencial em receitas de bilheteira astronómicas. Porém, e dando um salto até 2003, sentiu-se a necessidade de recuperar esta galinha dos ovos de ouro, apostando num forte elemento feminino e novamente em Schwarzenegger, actor que nesta altura estava já mais interessado na sua carreira política do que em fazer filmes. Os resultados desta terceira sequela ficaram aquém do esperado e a crítica não perdoou o fraco argumento, inundado em clichés e revisitações aos dois primeiros filmes. Apesar de tudo, balanço positivo nas receitas. «Exterminador Implacável: Salvação» foi posto pouco depois em andamento, confirmando-se tardiamente a contratação de Christian Bale para o papel de John Connor, e uma série de secundários interessantes como Helena Bonham Carter, Michael Ironside e Bryce Dallas Howard.
Ao assistir ao filme fica-se com uma clara noção de diferença entre as escolas de James Cameron e McG, este último reminiscente da área dos videoclips musicais. Nas cenas de acção principalmente, nota-se a diferença entre ambos, com McG a fazer uso e abuso do CGI em cenas de acção que dão bastante ritmo à fita. O cineasta norte-americano de 41 anos deixa igualmente transparecer algumas influências de obras posteriores de sci-fi, nomeadamente da trilogia Matrix dos irmãos Wachowski e do remake de a «Guerra dos Mundos» de Spielberg. Importa salientar que McG consegue no entanto deixar intacto o universo «Exterminador Implacável», lamentando-se apenas algumas inconsistências, convenientes para o desenrolar da fita (afinal porque raio as máquinas fazem escravos?).
A resposta que McG encontra para sobreviver à herança dos dois primeiros filmes é a de homenageá-los com recurso a diversos momentos nostálgicos como a canção dos Guns n' Roses «You Could Be Mine» e à emblemática frase «I'll be back». De resto, apenas entretenimento.”
Paulo Figueiredo,
Cinema PTGate
Trata-se de um filme de acção exemplar no fogo-de-artifÃcio das tecnologias, mas demasiado previsÃvel e certinho na narrativa que propõe.”
Gonçalo Frota,
Sol