A Saga Twilight - Eclipse (2010)

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a crítica

O esforço sobrenatural empreendido com vista a agradar o mais possível aos seus espectadores, faz de «Eclipse» um filme bipolar, que alterna com demasiada frequência as sequências de amor azeiteiro com as de acção que, diga-se, são até estimulantes, nomeadamente a luta entre a aliança dos Cullen com os lobisomens e os newborns. O filme não só padece de ritmo constante, como de algo que torne credível a acção. É tudo apresentado de forma demasiado polida e cândida; os traumas dos personagens apresentados em flashback carecem de dimensão dramática e o triângulo amoroso Edward-Bella-Jacob é digno de uma qualquer telenovela mexicana. Mas no final de contas está lá tudo o que os espectadores fiéis à saga esperam ver e isso parece ser o suficiente para garantir boas receitas, não obstante das más críticas. Afinal o target de «Eclipse» não é um público crítico, mas uma massa uniforme conquistada à partida, independentemente do resultado. Seria, no entanto, interessante perceber qual o resultado final destes filmes se a expectativa não fosse tão desmesurada. Isto é, sem a ajuda de uma grande produção, por certo qualquer um destes filmes teria de ser mais terra-a-terra e não tão dependentes de um star system que obriga as câmeras a trabalhar para a actores e não o inverso. Perdoem-me o trocadilho fácil: «Eclipse» é o eclipse do próprio Cinema, subjugado aos interesses da pop marketing e às demandas de actores sem magia ou talento que valorizam sobretudo a imagem. Por outro lado, a imposição de Dakota Fanning no filme (a sua personagem só devia aparecer em «Lua Nova»), a contratação de Bryce Dallas Howard e as tentativas de "intromissão" de Zac Efron e Lindsay Lohan, são sinais de que a saga se transformou numa espécie de Santo Graal dos teen stars de Hollywood. Dito de outra forma: esperar que a saga Twilight seja (também) um sucesso artístico é querer que, de um dia para o outro, os actuais valores da indústria cinematográfica americana se alterem profundamente.”
Paulo Figueiredo, Cinema PTGate
(...) é, como os seus antecessores, um misto de telenovela venezuelana e de teledisco gótico para adolescentes histéricas”
Vasco Baptista Marques, Expresso