12 Anos Escravo (2013)

doloroso e honesto (a sua precisão histórica é bastante elogiada por vários especialistas na área), 12 anos escravo puxa à lágrima. (...); chegamos ao final do filme igualmente desiludidos e orgulhosos da natureza humana, mas também com a sensação de que este final feliz não foi possível para muitas histórias que ficaram por contar.”

"Claramente que este filme seria o vencedor dos Oscars este ano, não pela história, nem pelo filme em si, mas porque reúne as características que os da Academia gostam de ver numa película: tem bastante drama, uma história comovente, um objectivo de sobrevivência do protagonista e aborda o tema escravidão, não pode haver melhor mistura para de ganhar um Oscar."”

“12 Anos Escravoâ€� é talvez o filme mais sério e verdadeiro sobre o racismo nos EUA, do século XIX. Penso que se pode afirmar, que no final de 2014, este será um dos melhores filmes do ano.”

Bom filme? e grandes interpretações. Ainda que ficcionada, uma verdadeira prova da, outrora, hedionda cultura americana.
Atenção que o realizador não é o Steve McQueen "americano" indicado pelo site.

FINALMENTE um bom filme nos cinemas portugueses... 4*

... Existe um momento no filme em que Solomon nos olha diretamente, para cada um de nós, e nos seus olhos está exatamente uma história real que não deve ser apagada. A proeza de 12 Years a Slave, mais do que o choque, mais do que a brutalidade, mais do que o racismo, mais do que o ódio, mais do que a pena? aquilo que o filme teve a coragem de mostrar como nenhum outro fez, foi a humilhação. E este é um sentimento arriscado de se criar num filme e de passar para o espectador. Steve McQueen merece um louvor por ter falado sobre este crime contra a humanidade sem nunca cair num terreno tendencioso nem geralmente aceitável. O realizador britânico é um provocador, mas de bom gosto, ainda que difícil de digerir. 12 Years a Slave, acredito, têm o seu lugar na história do cinema ao lado da Lista de Schindler e merece ser estudado nas escolas para que os miúdos de hoje e homens de amanha não se esqueçam que mesmo as leis universais, o chamado senso comum, o que nos torna humanos, podem ser quebradas a qualquer momento. É frágil a linha que caminha entre a humanidade e a loucura desumana. Chiwetel Ejiofor é perfeito no seu personagem Solomon, que larga o seu direito de viver para passar a sobreviver. Chega mesmo ao ponto de deixar a sua dignidade merecida por se achar imerecido dela em função daqueles que ainda estão mais marginalizados. É realmente um argumento brilhante, este de John Ridley, onde também pontifica mais uma brutal e insana interpretação de Fassbender e uma excelente fotografia e banda sonora que fecham esta fita que afirmo, sem precisar de esperar pelo teste do tempo, ser um dos melhores filmes de sempre.