Alexandre, O Grande (2004)

A maior sensação que se traz deste filme é a de esbanjamento. De meios, de tempo, de engenho, de tudo (...) poderia esperar-se tudo, mas não que fosses (quase) uma maçadoria.”

(...) eu, que até nem aprecio a obra de Oliver Stone, pareço ser o único a sair em defesa do seu último trabalho (...) ALEXANDRE O GRANDE merece ser visto com menos preconceitos.”

Como o preconceito mata um filme. Falharam os efeitos especiais e, ainda que menos, o guarda-roupa. De resto, Alexandre, O Grande é um filme muito bom.”

O filme é excessivo em todos os aspectos, tornando-se mais "fogo de vista" do que outra coisa. Três longas horas de acção não conseguiram fazer jus à verdadeira lenda viva que foi Alexandre. E isso quer dizer alguma coisa... Faltou-lhe, sobretudo, verdade e convicção. Fiquei desiludida...

Sim, claro que em História nunca há 100% certezas (aliás, isto é aplicável a qualquer área do conhecimento...e é ainda mais evidente em Ciência...o que é verdade hoje, pode não ser amanhã...e ainda bem que assim é, pois é dessa forma que se evolui). Fiquei muito desiludida com este filme...e quando disse "fugiu da verdadeira história de Alexandre" queria dizer que o filme centraliza-se demasiado em alguns aspectos que, para mim, não são tão relevantes como outros que não foram sequer abordados (ou foram, mas de passagem).

A história é contada com o recurso a muitos elementos, sejam eles a tradição oral (que, claramente, se perde muito com o tempo pois "quem conta um conto...") quer, e sobretudo, a arqueologia. Mesmo assim, nunca se pode, de facto, dizer que um facto ocorrido à mais de 1000 anos seja 100% verdadeiro. Mas então, para ti Eldest, qualquer filme histórico (seja ele passado na Idade Média (ou posterior), época Romana ou anterior) é sempre ficção? Não é, mas pode ter contornos ficcionados para tornar a história mais atraente e acessível a todos. Também podemos questionar elementos da IIª Guerra Mundial, apesar de ainda existirem pessoas que passaram por isso. Mas, quem nos garante que a verdade delas é mais verdadeira que a contada pelo outro lado da questão?! É isto que é fascinante na arqueologia: é a história, o passado, em mutação constante, um aprender a cada bocado de sigillata que tiras do solo, a cada fragmento de cerâmica, a cada ponta de seta.