A Juventude de Jane (2007)

O filme podia confundir-se como qualquer das versões dos livros da escritora, tanto na recriação da atmosfera como na captura dos movimentos e reacções das personagens, mas vale principalmente... mais ››”

Jane Austen, uma escritora irreverente, uma observadora da sociedade inglesa no séc. XIX. A herança que Austen nos deixou é constituída, principalmente, por obras sarcásticas e irónicas, criticando a sua sociedade, tudo nas suas obras é uma sátira! A única maneira de expressar o quão detestava os costumes e hábitos que a rodeavam era descarregando a sua fúria no papel através de uma escrita refinada e rica em descrições.
O problema com este filme é o seguinte: ao contrário do que a maior parte das pessoas pensam a história retratada neste filme é meramente ficticia. Nada de verídico! Não, a vida de Jane Austen não era nada assim! O que o realizador fez foi pegar numa data de cartas que Jane recebeu e inventar histórias onde elas não existiam. Jane Austen era muito pretendida entre os jovens e recebeu várias cartas pedindo-a em casamento. Como se vê, parece que recusou todos os pedidos. O realizador que queria um certo romance, uma certa paixão e ardência, decidiu inventar uma história qualquer sobre um eventual romance entre Austen e um tal Lefroy. Sim, realmente poderia ter acontecido, contudo, se lêssemos as cartas no seu contexto, não nos parecia muito plausível ter havido um romance! É uma mera conjectura. Conjecturas, meras conjecturas. Se quisessemos uma verdadeira biografia de Jane Austen não íamos buscar coisinhas mínimas às cartas e reinventar a vida da escritora! Íamos aos factos e tentavamos aprofundá-los. O facto é que Jane Austen nunca se quis casar, era uma mulher independente.
Os únicos factos verdadeiros neste filme são o verdadeiro ódio que Jane sentia pela sua sociedade, o seu desentendimento com a sua mãe e a sua amizade com a irmã (presente em "Sensibilidade e bom senso").
Anne Hathaway está maravilhosa vestindo o papel da escritora. No início, ela é mesmo a Jane Austen como eu sempre imaginei! Teimosa, determinada, ambiciosa, independente! À medida que se acrescenta essa históriazeca do Lefroy, a personagem torna-se miserável mas a culpa não é de Hathaway! Ela é fantástica e muito madura para a idade. Esta já entrou em filmes importantes e provou que era boa actriz.
James MacAvoy... hum... fraquito. O resto dos actores preenchem o vazio.
A cinematografia/fotografia estavam interessantes. Gostei da maneira como se capturaram algumas imagens do campo inglês. Algumas das paisagens eram indubitavelmente artisticas. Detestei muitas das cenas por causa da iluminação e efeitos de câmara, principalmente quando duas personagens falavam! Havia partes muito leves, ténues, subtis e lentas que mostravam tanta beleza de Inglaterra, visualmente eram partes deslumbrantes mas muito paradas.
2.5. Não há história verídica alguma!Demasiado monótono e repetitivo.

Vi o "Orgulho e Preconceito" e gostei, mas este filme foi para mim, uma desilusão.

Não achei totalmente mau, vale pelo elenco e pela história verídica desta escritora q era, tendo em conta a época, muito "á frente" do seu tempo.
Já li um ou dois livros dela e achei interessante ser de certa forma "transportada" para os costumes, os hábitos e a mentalidade em q ela vivia (bem diferentes da nossa epoca).

Mas acho q a maior falha deste filme é ter a pretensão de ser aquilo q na realidade não consegue ser.

Podia ser mais curto e não tem o brilho de Pride & Prejudice, mas mesmo assim, com dois actores banais nos papéis principais e com muito copy-paste do filme de Joe Wright, safa-se pela história verdadeira dessa grande escritora inglesa, deve ser visto antes do Orgulho e Preconceito para surpreender, depois parece que a fórmula passou do prazo... 3,5*