O Reino (2007)

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a crítica

Não deixa de ser curioso este costume de exploração cinematográfica das guerras em que os Estados Unidos se vêem envolvidos. Desde as Grandes Guerras Mundiais ao Iraque, passando pela Guerra-fria, pelo Japão e pela guerra no Vietname, todas tiveram direito aos seus filmes representantes bons e menos bons. Talvez por isso, não seja propriamente uma surpresa ver chegar uma nova vaga de filmes de guerra desta vez com o pano de fundo a ser o Afeganistão e o 11 de Setembro. «World Trade Center», «Voo 93», «Jarhead» e «A Mighty Heart» são apenas alguns exemplos dos filmes que mais impacto causaram junto do público. «O Reino» é mais uma película a explorar o conceito.
Mas o que poderia bem ser um filme interessante como os acima referidos, acaba por ser algo completamente a evitar. Isto porque apesar de esporadicamente conseguir captar a atenção do espectador com cenas de acção electrizantes, funciona na base das emoções plásticas, com o uso e abuso de crianças como factor desconcertante e elemento de choque a ser tão banalizado que nunca produz o impacto desejado.
«O Reino» possui essencialmente uma abordagem de confrontação disfarçada com sequências (de frágil efeito) para amenizar a crítica à propaganda de guerra, como as já mencionadas criancinhas, o aparente respeito religioso e a amizade entre Al Ghazi e Fleury. Mas está tudo lá. Desde do questionamento às capacidades das pessoas, ao hilariante casting que pretendia enviar agentes do FBI numa missão low profile e que escolhe Jamie Foxx e Jennifer Garner. A investigação à CSI, Jamie Foxx a proteger o polícia árabe que não se sabe defender, enfim... uma série de desgraças sem fim que proporcionam uma experiência sui generis, coroada com a antagónica frase final: «vamos matá-los a todos.»”
Paulo Figueiredo, Cinema PTGate
O REINO é um filme de acção, tão basicamente competente como banal, fabricado em torno de uma vedeta - Jamie Foxx.”
Jorge Leitão Ramos, Expresso