Juno (2007)

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a crítica

«Juno» é uma comédia em que salta à vista o argumento actualíssimo e a prestação de Ellen Page como adolescente que se vê a braços com uma gravidez indesejada. Entre o aborto e a adopção, a jovem decide doar o seu rebento a um casal cujos alicerces familiares estão presos por arames. É de facto uma história contemporânea em que se tenta por um lado, retractar os dramas da adolescência e por outro de celebrar a vida em detrimento do aborto cada vez mais banalizado nos dias que correm. É através dessa teia de costumes que Jason Reitman nos convence de que estamos aqui e agora, no presente. A gíria, os omnipresentes telemóveis, o guarda-roupa, a instituição de abortos, etc., servem para nos situarmos numa acção em que nos sentimos tocados pela proximidade e familiaridade das coisas, mesmo que a história de «Juno» tenha lugar nos subúrbios americanos. Outro grande trunfo é a comédia low profile, que parece parca, mas está lá, requintada em pequenos detalhes e falas simples, que não promovendo gargalhadas histéricas, provocam sorrisos prolongados. «Juno» é, em suma, o recuperar das comédias inteligentes, para uma época em que as discussões educacionais e sociais parecem remetidas para a praça pública sem um mínimo de reflexão ou cuidado. «Juno» abomina a violência, a distância entre pais e filhos, coroando a vida como o bem mais precioso que nos foi dado. Um filme para ver, ver, ver e rever.”
Paulo Figueiredo, Cinema PTGate
JUNO vale não só pelo carisma das suas personagens, mas também pelo óptimo trabalho dos actores”
Nuno Carvalho, Notícias Sábado