Anticristo (2009)

(...) mero exorcismo psicológico que talvez fosse mais apropriado para o divã do psicanalista.”

A quem se destina aquele espectáculo insuportável, a que representação da realidade, a que política e com que objectivo que não seja o do escândalo?”

Anticristo, incitado por uma orgásmica e orgíaca prospecção à mente humana quando assolada pelo pavor da perda, não é senão uma obra-prima que, acima de tudo, se descreve como inigualavelmente inesquecível.”

Lars von Trier já se auto-proclamou como o melhor realizador do cinema contemporâneo, e talvez devido a esse narcisismo é fácil encontrar em Antichrist, a sua ambição de se tornar num autor referencial.”

Ora, Antichrist é portanto, uma experiência avassaladora que oscila bastante entre o supracitado limbo. Mas a beleza visual e sensorial faz desta uma fita memorável.”

O filme é, de facto, de uma inteligência enorme! A cinematografia é pura arte e as suas cenas psíquicas e descontroladas podem ser nojentas e repulsivas para uns, mas uma sensação de liberdade e prazer para outros. Confesso que não gostei do filme de imediato e, por isso, venho agora alterar a minha avaliação. Se gostei de Martyrs (outro filme genial mas controverso), porque não gostar de Antichrist? Claro que não o voltarei a ver, isso não...mas vale a pena!

Bosta de filme.

Do mais forte que já vi, mas Von Trier mantém-se fiel a si próprio e retrata a mulher como um verdadeiro intrumento do Mal. Não estou bem certo quanto ao significado do epílogo, mas temos aqui uma grande obra. Só o prólogo vale logo a pena.