a crítica
Se à primeira vista, «Shutter Island» transparece um cineasta de culto, rendido ao cinema comercial, a verdade é que, apesar de ser também um thriller (género pouco habitual na filmografia de Scorsese) existem por aí poucos realizadores que conseguiriam captar com tanta firmeza e elegância o conto de Dennis Lehane. «Shutter Island» vale precisamente pela postura old-school de Scorsese em que, por exemplo, as sequências de acção não visam apenas ser espaços de transição, mas também acrescentam sempre algo à história, à semelhança de algo raro nos filmes de hoje: diálogos intensos e demorados. Mesmo sendo «Shutter Island» um dos filmes mais mainstream que Scorsese realizou, o desenrolar da história acaba por contradizer esta ideia, tornando-se num filme ultra-complexo em que as dúvidas do personagem principal, protagonizado por um exemplar Leonardo Di Caprio, passam para o espectador, convidando-o a entrar num mundo de loucura, onde nada é o que aparenta ser. É verdade que «Shutter Island» não é o filmaço que foi «The Departed» mas é também um filme válido, que não envergonha de maneira nenhuma uma carreira brilhante de um realizador de referência.”
Paulo Figueiredo,
Cinema PTGate
SHUTTER ISLAND é o filme mais gráfico de Scorsese. O que mais se desenha na superfÃcie. Traz a paranóia e a barbárie humana à tona da dramaturgia, num gesto artÃstico arriscado e irreverente.”
Francisco Ferreira,
Expresso