Robin Hood (2010)

Russel Crowe não tem o carisma ideal para aquele tipo de personagem actuando a maior parte do tempo em piloto-automático. O filme arrasta-se e por vezes torna-se monótono, ou seja, é mais longo do que deveria ter sido.”

Podia ser um dos melhores filmes do ano se não houvesse uma teoria rebuscada que envolve organizações secretas e um lema de desenvolvimento pessoal. Assim acaba por ser um grande espectáculo visual com uma história quase boa e um formidável lote de actores às ordens de um dos melhores realizadores vivos.”

ao fugir a lugares-comuns da lenda de Robin, Ridley Scott acaba por cair em lugares ainda mais comuns, que nos remetem para heróis que transformaram em estereótipos a partir de outras fitas de aventura histórica”

Este é, portanto, um Robin Hood nascido num tempo pós-Braveheart, não só ao nível narrativo, mas igualmente ao nível cénico. As grandes batalhas sujeitas a uma sugestão de significância e ousadia a um nível de invenção que acaba por parecer deslocado no cômpeto geral.”

Mesmo sem identidade própria, Robin Hood se escapa á palmatória pelos primeiros minutos, quando a narrativa dá lugar a uma bem engendrada trama que combina questões sociais e politicas da época, como abordagem das invasões gaulesas às proximidades do império britânico.”

Ninguém faz um épico como Ridley Scott. Vibrante, poético, estrondoso, visualmente sofisticado e tecnicamente arrojado, visceral na sua acção, envolvente no seu romance e com uma sincronia meticulosa e singular entre som, imagem e música. Só não é um feito extraordinário, verdadeiramente porque a história não dá para mais...”

Robin Hood apenas não é a desgraça que poderíamos pensar, porque cumpre a sua função de blockbuster de entretenimento e que certamente irá agradar às massas. Mas da ideia e de Ridley Scott esperava-se mais. Muito mais.”