a crítica
Apesar de não ser propriamente um prodígio de filme, «Robin Hood» é uma opção válida de entertenimento que dificilmente fugirá à comparação com «Gladiador», outro filme em que a dupla Ridley Scott/Russell Crowe fez furor, para além de serem filmes muito semelhantes em termos de construção narrativa. A diferença reside quase exclusivamente nos tons de comédia que «Robin Hood» vai forçando, evitando o tom demasiado cinzento de «Gladiador» e por isso talvez até mais do agrado do público em geral. A surpresa maior vai para a forma como Ridley Scott foge às inevitáveis comparações com os anteriores filme acerca do Robin Hood, optando por contar a origem do famoso e benevolente ladrão das florestas de Sherwood. Uma espécie de prequela, que atira Ridley Scott para terrenos mais seguros, onde pôde explorar à vontade, sem que podesse haver qualquer tipo de comparações, tanto ao nível da história como dos personagens, onde Russell Crowe se destaca por não ser propriamente um actor expressivo, dotando Robin Longstride daquele carisma fechado e sisudo que já haviamos presenciado em «Gladiador». Este acaba por ser o único ponto menos positivo de «Robin Hood»: enquanto Ridley Scott se deleitou a jogar pelo seguro, perdeu uma óptima oportunidade de reiventar a história clássica de Robin Hood, uma opção que apesar das inevitáveis comparações, teria sido porventura mais desafiante, na minha opinião.Paulo Figueiredo, Cinema PTGate
Assim Scott utiliza uma premissa assutadoramente semelhante a «Gladiador» e adapta-a para uma prequela de «Robin Hood». Este jogo de cintura acaba felizmente por resultar num filme agradável de se ver, com óptimas sequências de acção, como a batalha final a relembrar uma espécie de desembarque Normandia, e boas prestações dos actores envolvidos.”
Digamos que esta nova versão, a versão que Ridley Scott realizou com os milhões da Universal, não é tão boa como [a de Michael Curtiz] nem tão má como [a dos anos 90]”Francisco Ferreira, Expresso