Planeta dos Macacos: A Origem (2011)

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a crítica

É difícil encontrar algo de que não goste neste filme. Em primeira instância o argumento está construído de forma plausível e os atores ajudam sobremaneira a que o plot se torne credível. Alguma frieza em James Franco, mas nada que comprometa o seu personagem. A forma como o filme evolui naturalmente, sem twists forçados ou mudanças bruscas dão-lhe um sentimento genuíno e embrenham eficazmente o espetador na ação. A elegância das explicações, com pormenores que acrescentam informação ao filme, sem serem demasiado enfadonhas e sobretudo sem chamar o público de estúpido. A intelectualidade presente, sem ser complexa, cria uma atmosfera séria sem recorrer continuamente a gag reliefs. Isto é, não se preocuparam em fazer um feel good movie, mas antes em dar-lhe uma seriedade crescente que à medida que a ação avança, o mood apocalíptico instala-se de forma natural, jogando inteligentemente com o fato do espetador saber o que acontecerá no futuro. O pormenor dos créditos finais a fazer uma ponte entre o cenário actual e o futuro, sem ser perfeito, fá-lo com imaginação e credibilidade. Mas acima de tudo isto, o que mais impressiona em «Planeta dos Macacos: A Origem», é o brilhante trabalho de CGI com os primatas digitais a serem recriados a partir da mesma tecnologia que trouxe à vida Gollum de «O Senhor dos Anéis». Não é por acaso que César, o primata principal do filme , foi interpretado precisamente por Andy Serkis. É uma caracterização nada menos que brilhante. César transborda personalidade e emoções, a fluidez do filme ajuda na elaboração do personagem que fá-lo ganhar justamente o título de protagonista. Alguns exageros aqui e ali são desculpáveis, nomeadamente no comportamento dos primatas, e na desvalorização dada à componente humana a partir de certa altura. Apesar disso, «Planeta dos Macacos: A Origem» é um ótimo filme para quem procura fantasia e ação com vários palmos de testa.”
Paulo Figueiredo, Cinema PTGate