a crítica
O género ficção-científica tem conhecido toda uma nova geração que utiliza os benefícios tecnológicos para oferecer novas experiências aos seus espectadores e, dentro desta corrente, «Esquecido» é estéticamente uma boa incursão pelo sci-fi pós-apocalíptico com cenários muitissimo bons e credíveis. Mesmo que o filme esteja confinado a uma área que seria a cidade nova-iorquina, todo o aparato desolador (as ruínas urbanas, a Lua e o Tet), e a tecnologia usada pelos personagens principais dão uma dimensão global ao filme. A questão com «Esquecido» acaba por ser a mesma que está presente em grande parte dos filmes recentes do género: se a tecnologia permite que se experiencie, por exemplo, aquela exuberante sequência da entrada de Jack Harper (Tom Cruise) no Tet, por outro a história em si é alicerçada em mitos há muito explorados e que não trazem nada de novo ao universo sci-fi. Sally, a personificação da entidade Tet, não passa de uma inversão de HAL, o computador de «2001 - Odisseia no Espaço» ou uma adaptação de Vicky (o computador de «Eu, Robot»). O mito do herói retornado ou da santificação da humanidade através das emoções que nos separam da frieza das máquinas, são tudo temas já tratados por vários outros filmes de ficção-científica e aos quais «Esquecido» (que rica tradução de Oblivion!) não pode ficar alheio. Apesar de tudo, é um filme bem conseguido, com uma história cativante e que vale a pena ver.”Paulo Figueiredo, Cinema PTGate